Estamos perante o ataque mais brutal das últimas décadas às condições de vida dos trabalhadores.
E por vontade dos patrões as coisas não ficarão por aqui. Não lhes bastam as alterações ao código do trabalho, os 700 mil desempregados, a subida dos impostos, o corte nos apoios sociais e no subsídio de desemprego – agora falam à descarada em reduzir salários e despedir livremente.
A resposta a este ataque não está em propor «boas soluções» para a crise do capitalismo.
Patrões e forças do poder sabem onde está a fonte de riqueza que os alimenta. Não é por falta de melhores ideias que espoliam os assalariados. Dar-lhes conselhos é perda de tempo.
Este ataque não pode ser travado com tentativas de concertação.
Os últimos anos mostram que a negociação com patrões e governos resulta contra os trabalhadores sempre que não assenta em posições de força. E a força vem da luta de massas. Foi esse o exemplo da luta dos professores e, recentemente, dos trabalhadores dos transportes e dos supermercados. É esse também o exemplo dado agora pelos trabalhadores gregos, que disputam na rua, diariamente, quem pagará a crise.
A resposta a este ataque está na força que os trabalhadores puserem na luta.
Só isso travará as medidas do governo. É preciso forçar o patronato e os seus políticos a pensarem duas vezes sobre os passos a dar. É preciso que, nas contas que fizer para resolver a crise, o patronato entre em linha com a resposta dos assalariados. É preciso forçar o patronato a pagar a crise.
Abaixo o governo!
Greve geral para travar o ataque do capital!
Quatro medidas para que o capital pague a crise
1. Trabalho para todos
Ponto final nos despedimentos.
Proibição do lay-off.
Combate ao desemprego reduzindo o horário de trabalho sem reduzir salários.
2. Combate à pobreza e à degradação do nível de vida
Aumento dos salários e pensões, redução do leque salarial.
Uso exclusivo dos dinheiros do Estado e da Segurança Social para apoio ao emprego e ao bem-estar dos trabalhadores.
Corte drástico nas despesas militares, regresso das tropas em missões no estrangeiro.
3. Mais justiça social em vez de polícia
Apoio social aos bairros pobres e às populações imigrantes.
Julgamento e condenação dos especuladores e corruptos.
Fim dos privilégios dos administradores, políticos e patrões.
4. Greve geral para travar o ataque do capital
Abaixo o governo.
Derrotar a política terrorista do PS e do PSD.
29 de Maio de 2010
Colectivo de Comunistas Revolucionários
Colectivo Mudar de Vida
Colectivo Política Operária