Briga – Desta vez o COMBATE, vozeiro comarcal do Grupo de Base em Trasancos, quixo entrevistar os dous militantes da CIG detidos nas ruas de Ferrol o passado 29 de Setembro durante o desenvolvimento da greve geral. Francisco Martins, de 33 anos, alterna longos períodos no desemprego com eventuais trabalhos de pintor e camareiro, e Sérgio Rodrigues, 30 anos, delegado sindical pola CIG na empresa de manutençom de parque e jardins do Concelho de Ferrol. Dous trabalhadores com mentalidade rebelde e juvenil que manifestárom o seu rechaço à reforma laboral anti-obreira do PSOE com a luita na rua.
COMBATE.- Consideravades necessária a greve geral do 29‑S? Que vos motivou a participar nela?
Francisco.- Achava muito necessária umha resposta de rua contra as agressons que estamos a sofrer como classe trabalhadora. Eu, ao igual que outra muita gente, mostramos colectivamente o nosso rechaço a esta reforma laboral porque tinhamos muita raiva contida e havia que mover-se.
Sérgio.- Nom podia ficar impassível ante umha agressom deste tipo, a reforma laboral bota muitos anos atrás as conquistas da classe obreira. A resposta demorou em chegar mas era muito necessária, havia que dar-lhe vida à luita sindical de rua, que semelhava pouco dinámica até o momento.
COMBATE.- Em que momento e como se produzírom as vossas detençons a maos da polícia espanhola?
Francisco.- Formava parte do amplo piquete de trabalhadores/as organizado ante a estaçom de autocarros e comboios da cidade. Umha vez comprovado que o serviço de transporte estava paralisado polas barricadas ali feitas, marchei de ali tranqüilamente junto a outros companheiros mentres a polícia espanhola nos começou a perseguir. Quando me detivêrom, à altura do centro de saúde, fum espancado violentamente, algemado e menosprezado com todo tipo de insultos polos fardados.
Sérgio.- Eu também estava no piquete da estaçom quando nos dispunhamos a ir cara ao centro comercial Alcampo a paralisar a actividade. Fum surpreendido por umha carga que realizou a polícia espanhola sem mediar provocaçom ao sair da estaçom de autocarros. Ficava claro que queriam colher a alguém, estavam muito acelerados.
COMBATE.- Na mesma jornada da greve e durante as vossas detençons que liçons pudestes tirar? Recebestes a necessária solidariedade de classe ante este acontecimento?
Francisco.- Nas seis horas que passei detido deu-me tempo a reparar na situaçom pola qual passei. A brutalidade da polícia, os seus insultos e intimidaçons só me davam força para reafirmar-me no meu papel de grevista, como defensor da dignidade obreira frente os cans fascistas da burguesia.
Tinha a incertidom se sabiam fora que estavamos detidos ou nom, mas passadas um par de horas já sentim a presença de companheiros da CIG na esquadra policial perguntando por nós.
Sérgio.- A nossa detençom pola polícia é algo injusto porque nós estavamos na rua para defendermo-nos como classe contra estas medidas do governo favoráveis à patronal.
Desde dentro da esquadra era difícil saber se a gente estava a denunciar a nossa situaçom desde fora. Quando chegou o advogado também pudem ver a companheiros do sindicato.
COMBATE.- Há umhas semanas foi julgado em Ourense um outro sindicalista da CIG detido na greve do 29S e foi condenado a 8 meses de prisom por resistência à autoridade. A dia de hoje qual é o facto que se vos imputa concretamente? Olhades algumha outra intencionalidade com este tipo de medidas repressivas?
Francisco.- Quando fum detido me dixêrom que me iam imputar de todo. Até que veu o advogado nom sabia de que estava acussado e foi quando me informárom que estava sob os cárregos de resistência à autoridade, desobediência, vandalismo, e mais que nom lembro. Com todos aqueles factos imputados só dava a entender que queriam infligir um castigo exemplarizante para os grevistas mobilizados o 29S.
Sérgio.- Também me queriam empapelar de todo, mesmo umha garrafa de gasolina e outras cousas que se encontraram queriam atribuir-mas. A dia de hoje já recebemos notificaçom do julgado de Ferrol para realizar o juízo, o 21 de Janeiro, no que nos imos sentar no banco dos acussados sob o cárrego de desordens públicas.
COMBATE.- E depois do 29‑S, que?, achades necessária mais umha greve geral na Galiza?
Francisco.- Eu tenho‑o claro. Há que seguir botando-se à rua para combater este tipo de agressons. A resposta nom deve ficar no 29‑S e desta jornada de luita saimos com orgulho para seguirmos defendedo a nossa classe.
Sérgio.- A resposta do 29S chegou um pouco tarde mas estava claro que deviamos sair à rua a pelejar polos nossos direitos como trabalhadores. Devemos pressionar às dirigências sindicais para a convocatória dumha nova greve geral posto que tenhem a responsabilidade de fazê-lo sabendo a situaçom pola que está a atravessar a realidade laboral do conjunto da classe obreira galega.
COMBATE.- Bem, pois mais nada, se quigerdes engadir algo mais…
Francisco, Sérgio.- Vemo-nos na vindoura greve geral!!.