Hoje, concentramo-nos aqui, neste cemitério para render homenagem a Jose Ramom Reboiras Noia, morto emcombate há 36 anos, em um día como hoje, na rua da Terra, em Ferrol, depois de um confronto armado perante centos de efectivos da repressom espanhola. E concentramo-nos também para desde o Organismo Popular Anti-repressivo Ceivar reafirmar o nosso compromisso incondicional com os homens e mulheres que neste País sofrem a repressom política, permanente desde há mais de três décadas e, nestes tempos de novo presente com crueza e intensidade, por enfrentar decididamente a opressom, o espólio e a ocupaçom que Espanha mantém sobre a nossa Naçom.
José Ramom Reboiras foi um joven procedente de umha familia humilde, criou-se em um bairro popular, conheceu a exploraçom, as contradiçons inerentes a este sistema capitalista, que rouba, depreda e condena a maioria social à miséria e a precariedade. Este jovem, Moncho começa tomar consciencia da injustiça social, e a ter contactos com grupos culturais galeguistas. Contactando com muit@s outr@s jovens e movendo-se nos ambientes anti-franquistas.
A finais dos 60 Moncho ja tinha umha conciência política nacionalista e de classe formada, e integra-se na Uniom do Povo Galego, organizaçom clandestina que durante os seguintes anos estenderia o nacionalismo popular no ámbito político, sindical, labrego, cultural…
Moncho, desenvolve um labor fundamental na Fronte Cultural da UPG, implica-se nas luitas obreiras de 72. Participa nos inicios do sindicalismo nacional.
Nestes anos a implantaçom e consolidaçom do nacionalismo, e a pressom policial, que se saldava com detençons e torturas habitualmente, obrigava a adoptar maiores medidas de segurança. As fugidas e a clandestinidade som cada vez mais habituais. Todo isto leva a umha clarificaçom estratégica e decide-se a criaçom da Fronte Armada, ante a necessidade de passar a formas de luita mais avançadas e de apoio à luita popular.
Moncho Reboiras, na clandestinidade militante, é o responsável de um grupo que realiza distintas açons para adquirir fundos, meios para a luita revolucionária e desenvolve trabalhos em defesa dos interesses populares e nacionais.
O 12 de Agosto de 1.975 centos de agentes policiais realizam dúzias de registos na cidade de Ferrol e rodeiam umha vivenda em que estám militantes do nacionalismo popular. As possibilidades de sair eram escassas, os militantes decidem separar-se. Moncho centra a atençom sobre ele, mexendo-se polos telhados próximos, o que facilita a fugida dos seus dous companheiros.
Depois de horas de tensom e enfrentamento com as forças de ocupaçom cai abatido por diversos impactos de bala em um portal da rúa da Terra. Um impacto na caluga dá conta da clara intençom da actuaçom policial.
Sucedem-se detençons e registros, fugidas… Este duro golpe dá cabo da primeira tentativa de dotar à luita galega de um nucleo armado para a libertaçom nacional e popular.
O que nos interessa aqui hoje, é render homenagem a Moncho, manter sempre viva a memória coletiva do melhor da nossa luita histórica, e renovar o compromisso até o final com @s combatentes Galeg@s. Porque é motivo de orgulho coletivo, que hoje igual que há 36 anos, este País tem militantes fugidos na clandestinidade, tem presos, tem homens e mulheres dispostos a fazer avançar o proceso de libertaçom nacional com determinaçom e valentia.
Quando um povo luita, a repressom, as detençons, o cárcere, a tortura e mesmo a morte som o alto preço a pagar pola dignidade e a esperança de um futuro nosso.
Diante da tumba de José Ramom Reboiras, nós voltamos a afirmar o nosso respaldo e solidariedade ante quem sofre a repressom espanhola, e a firme vontade de continuar na luita e levantar um forte muro contra as gadoupas de Espanha.
CONTRA A REPRESSOM ESPANHOLA,SOLIDARIEDADE E LUITA!!!
MONCHO REBOIRAS, A LUITA CONTINUA!!!
VIVA GALIZA CEIVE E SOCIALISTA!!!