Diário Liberdade – Semana de 24 a 31 de Outubro. A última semana nom trouxo grandes novidades informativas em relaçom às anteriores, mas sim confirmou tendências e caraterísticas que venhem definindo a atualidade galega em torno da crise, a corrupçom e a deriva reacionária das instituiçons que padecemos. A crise A crise, porque nom deixam de produzir-se sintomas do caráter estrutural da degeneraçom económica e social do capitalismo. Assim, o final desta crise nom só nom se enxerga, como é reconhecido, inclusive pola oficialidade, como dificilmente atingível no médio prazo. Depois de que a CIG reconhecesse por fim umha possível convocatória de greve geral nacional na Galiza, tal como venhem exigindo as forças da esquerda independentista e, em geral, anti-sistema no nosso país, o patronato e os governos autonómico e espanhol voltárom à carga com anúncios de novos ataques aos direitos laborais e sociais. Os empresários espanhóis reclamárom a supressom de convénios e outras barreiras para a sua desenfreada voragem em tempos de crise, e nom só nos referimos à económica do capital, mas também ideológica da esquerda. Só assim se explica que, após umha greve geral com um resultado positivo (mais que positivo na Galiza), o governo do PSOE nom só continue com os seus planos, como também anuncie um ataque de grandes dimensons ao sistema público de pensons. Daí a importáncia de que, já que os sindicatos do sistema desistem de qualquer resposta séria e contundente, o sindicalismo de classe galego rompa com os interesses do autonomismo reformista que o mantém atrelado à sorte eleitoral do BNG e passe à ofensiva, pressionado polas bases e polas forças sindicais minoritárias que, à sua esquerda, venhem reivindicando umha maior combatividade e umha nova greve geral. A corrupçom Além da atualidade da crise capitalista e a sua expressom no nosso país, Galiza, nesta semana dous casos de corrupçom ocupárom algum destaque nas páginas informativas. Um, o que vem arrastando a polícia espanhola e Lugo, onde já se produzírom mais de 50 detençons e imputaçons em relaçom com umha rede de proxenetismo que envolve polícias, cargos políticos e militares. O destaque jornalístico foi, neste caso, morno e insuficiente para a gravidade do assunto, mas ninguém se estranha de que os media do sistema cuidem dos seus com «carinho», como reivindicou um representante «sindical» da Polícia espanhola atuante na Galiza. De fato, todos os acusados estám na rua, como corresponde num sistema onde a justiça é aplicada com critérios políticos e ao serviço da perpetuaçom da estrutura de poder que inclui proxenetas, polícias e outras personalidades da ordem monárquica espanhola. A deriva reacionária Maior dimensom ainda tem atingido na última semana a corrupçom ligada à imposiçom ideológica do neo-nacional-catolicismo imperante na atual Junta da Galiza. Denúncias pola blindagem policial de Compostela, incluída a invasom de domicílios e as pressons à vizinhança para que retire as bandeiras anti-ratzinger, somárom-se à estupefaçom geral polo seqüestro da publicaçom “Retranca”, polo «pecado» de descarregar toda a sua carga satírica sobre a visita de Ratzinger à Galiza. Diferentes iniciativas populares mostram já o rejeitamento popular à visita do líder católico, incluindo denúncias feministas e em defesa dos direitos civis, apostasias coletivas e convocatórias para o próprio dia 6 nas ruas de Compostela, sob a ocupaçom policial a que as forças repressivas espanholas nos tenhem habituados e habituadas. Isso sim, nem o BNG nem os «intelectuais» mediáticos alegadamente progressistas parecem ter o mais mínimo interesse em denunciar a operaçom económica e reacionária que preparou o desembarco integrista em Compostela. Será que isso nom dá votos… Umha visita, a do papa católico, que vai custar aos galegos e galegas 6.451 euros por minuto, durante o único dia que teremos o líder do integrismo católico na nossa capital. |