A profunda crise que afeta o centro do capitalismo ainda nom tocou fundo. Contrariamente às promessas dos governos, a situaçom continua a agravar-se. Os organismos internacionais do imperialismo e o eixo franco-alemám continuam a impor duríssimas medidas de “ajustamento” à classe trabalhadora, às mulheres e aos povos periféricos. Sob a justificaçom de reduçom do défice público, implementam-se cortes sociais e reformas laborais que empobrecem a maioria social fazendo recair sobre sobre a classe obreira, a juventude, mulheres e reformad@s as drásticas conseqüências das receitas neoliberais.
Em 2011 o conjunto do povo trabalhador galego viu retroceder as suas condiçons materiais de vida, os seus direitos laborais mermados, as liberdades cerceadas, aumentar a pobreza e umha perda de “soberania” por mor da recentralizaçom política e económica por parte do imperialismo espanhol, a burguesia nom deixa de se enriquecer. Paradigmático e esclarecedor desta tendência é observar como Amáncio Ortega sobe até o quinto posto dos magnates mundiais na listagem da revista Forbes.
Enquanto o oligarca de Inditex aumentou no último ano a sua fortuna em mais 6.500 milhons de dólares, na Galiza o salário médio nom supera os 900€, e no caso da juventude anda à roda dos 660€, ligeiramente por cima do SMI.
Conhecer a fundo as caraterísticas da atual crise em pleno desenvolvimento é tam importante como dotar-se de umha estratégia coerente de luita popular anticapitalista. Para o seu sucesso é imprescindível a construçom de amplas ferramentas de organizaçom e combate.
A XVI ediçom das Jornadas Independentistas Galegas pretende contribuir para responder a algumhas das inquietaçons e desafios que inevitavelmente @s comunistas galeg@s temos que abordar e resolver no dia a dia da nossa atividade e intervençom.
“Crise capitalista e insurreiçom popular”
Vindouro sábado 21 de abril terá lugar no centro social compostelano Gentalha do Pichel (Santa Clara 21) XVI ediçom das Jornadas Independentistas Galegas que Primeira Linha organiza de 1997.
Este espaço de análise e debate marxista de caráter anual e monográfico aborda nesta ocasiom a crise capitalista em curso da óptica económica e política.
Com este intuito as XVI Jornadas Independentistas Galegas contam com a presença de dous prestigiosos economistas: Jorge Beinstein e Miren Etxezarreta, e dous destacados dirigentes comunistas: Carlos Casanueva e Miguel Urbano Rodrigues.
As XVI Jornadas Independentistas Galegas estám configuradas em três sessons que constam de duas palestras e um debate.
Às 11 horas dá início a primeira palestra “A crise do capitalismo” com o economista argentino Jorge Beinstein e a catedrática emérita de Economia da Universidade Autónoma de Barcelona Miren Etxezarreta.
Às 16.30 horas começa a segunda sessom “A necessidade da insurreiçom popular” com Carlos Casanueva, secretário-geral do Movimento Continental Bolivariano (MCB) e membro do Partido Comunista do Chile, e Miguel Urbano Rodrigues, jornalista e militante do Partido Comunista Português.
As XVI serám clausuradas às 19.30 com o debate “Perspetivas da crise e desafios da luita popular” na que intervirám as quatro ponentes.
Sem outro particular, recebei umha saudaçom comunista
Carlos Morais
Secretário-geral de Primeira Linha
Galiza, 9 de abril de 2012
Para mais informaçom: Carlos Morais 616 86 85 89.
Ajuntamos dados biográficos das quatro ponentes
Jorge Beinstein
Nasceu em 1943 em Buenos Aires, Argentina.
Doutor de Estado em Ciências Económicas pola Universidade de Franche Comté – Besançon, especialista em pronósticos económicos, tem sido durante os últimos vinte e cinco anos consultor de organismos internacionais e governos.
Dirigiu numerosos programas de investigaçom e foi titular de cátedras de economia internacional e prospetiva tanto na Europa como na América Latina.
Atualmente é professor titular das cátedras livres “Globalizaçom e Crise” da Universidade de Buenos Aires e “Prospetiva económica mundial” do doutorado da Universidade Nacional de La Matanza (Argentina), e Diretor do Centro Internacional de Informaçom Estratégica e Prospetiva (CIIEP) da Universidade Nacional de La Plata, Argentina.
Entre 1986 e 1998 foi titular da Cátedra de História económica mundial da Universidade Nacional de La Plata, Argentina, e nessa altura fundou o Centro de Estudos e Investigaçons Multidisciplinares em Inovaçom, Tecnológica e Prospetiva (Cemitep), e dirigiu o Programa de Prospetiva da Comissom Latino-americana de Ciência e Tecnologia do SELA (Sistema Económico Latino-americano).
Ativista da esquerda revolucionária e internacionalista, fai parte da presidência Coletiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB).
Tem umha produçom de mais de um milhar de textos em publicaçons científicas internacionais e de divulgaçom em meios de difusom massiva.
Entre as mais recentes obras, destacamos:
Crónica de la decadencia. Capitalismo global 1999 – 2009. Buenos Aires, Cartago Ediciones, 2009.
Comunismo del siglo XXI. De la decadencia de la sociedad burguesa global a la irrupción del post capitalismo revolucionario. Caracas. Ediciones Trinchera, 2011.
Carlos Casanueva Troncoso
Nasceu em 1966 em Talca, no Chile.
Internacionalista, professor de História. Militante do Partido Comunista do Chile, fai parte na clandestinidade da resistência à ditadura de Pinochet entre 1984 e 1990.
Membro do Comité Central do PCCH durante o período 2006 – 2010 como parte da Comissom de Relaçons Internacionais. Foi secretário político do Comité Regional do PCCH na cidade de Arica, Chile, de 2006 a 2008 onde presidiu a Federaçom de Estudantes da Universidade de Tarapacá (FEUT).
Assesor da concelharia municipal de Arica entre 2006 e 2007 e diretor de meio ambiente em 2007.
Assessor da Presidência Alterna do Parlamento Latino Americano (PARLATINO), Caracas, Venezuela entre 2008 e 2010.
Professor de Geopolítica na Universidade Bolivariana da Venezuela em 2009 e 2010.
Coordenador Internacional dos Guardians Latino-americanos pola Defesa do meio ambiente do PARLATINO entre 2007 e 2010.
Atualmente é assessor no Municipio Girardot, Maracay, Estado de Aragua, Venezuela.
Tem participado em diversos foros, seminários e congressos na América Latina.
Forma parte da equipa de redaçom da revista Tiro al Blanco da República Dominicana e da Rosa blindada na Argentina.
Membro fundador em 2003 do Movimento Continental Bolivariano (MCB), atualmente exerce as funçons de secretário-geral.
Miren Etxezarreta Zubizarreta
Nasceu em 1936 em Ordizia, Euskal Herria.
Economista, intelectual de esquerda e ativista de movimentos sociais.
Estuda economia no campus de Bilbo da Universidade do País Basco, no London School of Economics e na Universitat Autònoma de Barcelona.
Entre 1968 e 1970 é professora de economia na Universidade de Sussex (Reino Unido), para posteriormente impartilhar aulas na Universidade de Bilbo, porém por motivos políticos estabelece-se em Barcelona.
Entre 1974 e 2006 exerce de professora de economia e política económica na UAB.
Tem dado aulas em universidades de México, Bolívia, Argentina, Chile, Nicarágua, Burkina Faso, França, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Japom, etc.
Atualmente é Catedrática Emérita de Economia Aplicada da UAB.
Tem participado em numerosas jornadas e debates críticos com o sistema capitalista.
Fai parte do grupo de Economistas Europeus por umha Política Económica Alternativa.
Em 1990 participa na fundaçom do Seminari d’Economia Crítica Taifa de Barcelona da que atualmente é coordenadora.
Autora de inumeráveis livros e publicaçons. Entre os mais recentes destacamos:
Crítica a la economía ortodoxa. Seminario de Economía Crítica Taifa. Universitat Autònoma de Barcelona, 2004.
La agricultura española en la era de la globalización. Madrid, Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, 2006.
Qué pensiones, qué futuro. Barcelona, Icaria, 2010.
Miguel Urbano Rodrigues
Nasceu em 1925 em Moura, Portugal.
Escritor e jornalista, foi docente de História Contemporánea na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi redator do Diário de Notícias entre 1949 e 1956, chefe de redaçom do Diário Ilustrado (1956 e 1957), antes de se exilar no Brasil, onde foi editorialista principal de O Estado de S. Paulo (1957 a 1974) e editor internacional da revista brasileira Visão (1970 a 1974).
Regressado a Portugal após a Revoluçom dos Cravos, foi chefe de redaçom do Avante! em 1974 e 1975 e diretor de O Diário entre 1976 e 1985.
Foi presidente da Assembleia Municipal de Moura em 1977 e 1978, deputado à Assembleia da República polo PCP entre 1990 e 1995 e deputado às Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da Uniom da Europa Ocidental, tendo sido membro da comissom política desta última.
Participou em dezenas de Encontros Internacionais.
Tem colaboraçons publicadas em jornais e revistas de duas dezenas de países da América Latina, África, Ásia e da Europa e é autor de 18 livros publicados em Portugal e no Brasil. Entre os mais recentes destacamos:
O Tempo e o Espaço em Que Vivi – II – Revolução e Contra-revolução na América Latina (memórias). Porto, 2002.
Meditação descontínua sobre o envelhecimento (reflexão). Coimbra, Ed. Calendário, 2009.
A metamorfose de Efigénia (contos). Coimbra, Ed. Calendário, 2010.
Tempo de barbárie e luta. Lisboa, Página a página, 2011.