Representantes das diferentes organizaçons soberanistas que venhem apoiando a iniciativa autodeterminista seguravam a faixa de cabeça que marchou polas ruas de Compostela passadas as 12.30 deste domingo. Sob o lema “Sobre nós decidirmos nós, soberania é democracia”, e com umha chuva importante durante todo o percurso, na mobilizaçom fôrom coreadas palavras de ordem como «independência», «nem estatutos nem constituiçom, a soluçom autodeterminaçom», «Galiza ceive, poder popular», Espanha é a nossa ruína», «Canha contra Espanha» e «Ugio Caamanho, liberdade».
Ao contrário do que é habitual nas convocatórias do soberanismo galego, a polícia espanhola nom tivo presença ostensível, o que permitiu que a manifestaçom decorresse, até a praça do Toural, sem nengum incidente.
No fim da manifestaçom, foi cantado o Hino do Antigo Reino da Galiza, antes da intervençom de Bráulio Amaro em representaçom da portavozia de Causa Galiza. Criticou a atitude do Concelho de Compostela, que se recusou a disponibilizar meios para o desenvolvimento da jornada reivindicativa. A repressom contra activistas de Causa Galiza, contra trabalhadores do metal e contra vizinhança de Ponte Vedra oposta à presença da Brilat em terreios comunais.
A música tradicional de um grupo de pandeireteiras e a leitura do manifesto de passagem ao Hino Nacional da Galiza, com o qual concluiu a manifestaçom autodeterminista deste 6 de Dezembro.
Às 14.30 começava um jantar popular com actividades lúdicas que se prolongam durante toda a tarde até o concerto da noitinha.
Eis o texto do manifesto que acompanhou a mobilizaçom de hoje:
Nem Autonomia, nem constituiçom espanhola, nem Estatuto de naçom: Galiza pola Autodeterminaçom
O projecto espanhol acha-se em plena ofensiva contra os direitos nacionais da Galiza e do resto de naçons submetidas à dominaçom imposta pola Constituiçom de 1978. Hoje, trinta e um anos depois da aprovaçom do texto pactuado com o franquismo polas principais forças espanholas, a supervivência da Naçom Galega acha-se em perigo.
O Estado espanhol após três décadas tentando impor umha implacável assimilaçom da Galiza nom cessa na sua tentativa hegemónica de aniquilar-nos como Povo e como Naçom. Para poder atingir estes objectivos necessita acelerar a destruiçom dos sinais medulares da nossa identidade.
Contrariamente ao que o sistema afirma, a raquítica descentralizaçom administrativa contemplada nessa constituiçom e o posterior Estatuto de Autonomia de 1981 tenhem-se demonstrado eficaces ferramentas para aprofundar e perpetuar a nossa exploraçom económica, opressom cultural e dominaçom política.
Qualquer reforma tendente a incrementar competências ou aparentar avançar no “autogoverno” nom som mais que manobras diversionistas para desviar atençom sobre a nossa carência de soberania, e para procurar melhorar o nosso “encaixe” no seio desta cárcere de povos chamada Espanha, que nega direitos fundamentais como o de autodeterminaçom.
Para poder solucionar os enormes problemas económicos, sociais, culturais, meio-ambientais, que padece o povo trabalhador galego e a Galiza é necessário superar a opressom nacional a que nos submete o capitalismo espanhol.
Após quatro anos de governo PSOE-BNG continuista com o fraguismo, a recuperaçom de Sam Caetano polo PP activou a implementaçom de umha beligerante estratégia espanholista que se pudor pretende destruir o nosso idioma e cultura. Nesta intolerante atmósfera de agressom contra a língua nacional da Galiza promovida polos sectores mais extremistas o PSOE activa a guerra do topónimo da Corunha.
Simultaneamente a grave crise estrutural capitalista fai recair sobre a classe trabalhadora, a imensa maioria do nosso povo, as nefastas conseqüências de um modelo socio-económico que provoca um cada vez maior desigual distribuiçom da riqueza e a marginalizaçom e empobrecimento da nossa pátria.
Esta adversa conjuntura só se pode entender pola claudicaçom da direcçom do nacionalismo institucional com o projecto espanhol. Polas suas práticas entreguistas que lamentavelmente deslocárom amplos sectores populares à desmobilizaçom e aceitaçom de políticas timoratas e acomplexadas.
Perante este panorama cumpre procurar amplas convergências de todas as forças e activistas políticos e sociais que consideramos que Galiza é umha Naçom com direitos inalienáveis, que é o Povo Galego o único sujeito legítimo para decidir o seu destino, que a mobilizaçom e organizaçom popular é a melhor garantia para evitar sermos absorvidos por Espanha.
Causa Galiza apela a todas as galegas e galegos que desde parámetros patrióticos e de esquerda consideram que chegou a hora de ocupar a rua e fazer frente a ofensiva espanhola a aderir a esta iniciativa difundindo que o exercício de autodeterminaçom é a chave para umha Galiza soberana.
Hoje, quando celebram a sua constituiçom que conculca os nossos direitos básicos impossibilitando decidirmos livremente o nosso futuro, nós nom temos nada que celebrar e muito que demandar.
Galiza, 6 de Dezembro de 2009.