Fracasso da ‘operação Ratzinger’ – Quem vai pagar o negócio falido: Feijó, Bugalho ou o povo galego?
Uma cidade vazia e com a hotelaria abaixo da ocupação de qualquer fim-de-semana foi a paisagem deste sábado em Compostela. Ninguém viu as 200.000 pessoas garantidas pela Junta e a Câmara Municipal.
O balanço da delirante aposta económica das instituições públicas (com o dinheiro de todos e todas nós) fica eloquentemente resumido pela assistência final à capital galega para ver o líder da seita católica. As 200.000 pessoas anunciadas pelo governo do PP e apoiadas pelos governos espanhol (PSOE) e compostelano (PSOE+BNG) ficaram reduzidas a 15.000, no cálculo mais optimista.
Dificilmente poderemos acreditar em que a jornada tenha deixado, como prometeram os dirigentes do PP e do PSOE, 30 milhões de euros de lucros para Compostela e Galiza.
Convém agora lembrarmos que essa era precisamente a grande coarctada com que Núñez Feijó (presidente da Junta) e Sánchez Bugalho (presidente da Câmara compostelana) contavam para justificar incondicionalmente a visita de Ratzinger e os 3.000.000 de euros malbaratados numa visita de umas poucas horas (em Barcelona as instituições investiram menos de metade). A gravidade do assunto é maior se tivermos em conta a crise brutal do sistema e a ofensiva em curso contra os salários e direitos laborais da maioria social que vive do seu trabalho.
E agora que a realidade e os hoteleiros compostelanos já desmentiram a teoria dos 200.000 visitantes, que não apareceram, alguém deveria pagar o negócio falido. Eles que tanto defendem o livre mercado e as privatizações, deveriam responder como se fai nesses âmbitos quando uma aposta financeira ou especulativa não dá certo: com uma renúncia ou demissão fulminante.
No entanto, como sabemos que este simulacro bourbónico de democracia que os espanhóis nos impõem (com a colaboração da burguesia galega, a verdade seja dita) carece de qualquer mecanismo de garantia para os interesses do povo face à cleptocracia que nos malgoverna, podemos garantir desde já que não vai haver demissões. Os partidos do sistema continuarão a roubar o dinheiro público para engordar bispos, banqueiros e restantes amigos da burguesia dominante neste país negado e espancado pela sua polícia, que ainda chamamos Galiza.
Porém, nem os seus 6.000 cães de presa fardados puderam calar as vozes do povo consciente, e muito menos evitar a sonora falência da farsa vaticana representada pela burguesia galego-espanhola neste fim-de-semana em Compostela.
O seu fracasso é a nossa vitória e a luta… essa vai continuar.