Parafraseando Lenine, a verdade sempre é revolucionária. Eis porque, quando o novo ano se aproxima e o velho 2011 se esgota, as comunistas galegas nom podemos prognosticar que o 2012 vai ser bom para o proletariado galego, o conjunto da classe obreira e do povo trabalhador galego.
Muito afastada da nossa intençom é pretender desenhar artificialmente um virtual cenário de ilusom e esperança sobre o final da grave crise capitalista que semana a semana vai mostrando a sua ferocidade com golpes permanentes, e cada vez mais duros, nas condiçons de vida e de trabalho das camadas populares galegas.
O cenário que se enxerga no horizonte está caraterizado por mais, e ainda mais duras, agressons contra os direitos e conquistas atingidas nas últimas décadas de luita nacional, obreira, feminista e popular. O novo governo do PP vai aprofundar sem limites a via ultraliberal da derradeira legislatura de Zapatero, seguindo os ditames marcados por Bruxelas, Berlim e Washington.
O seu resultado vai ser o incremento do desemprego, da precariedade e a eventualidade laboral, congelamento e rebaixas de salários e das pensons, incremento dos impostos para o conjunto do povo trabalhador, privatizaçom da sanidade e o ensino, cortes nos serviços sociais.
As conseqüências serám aumento da pobreza, da miséria e a exclusom social, da emigraçom da nossa juventude e outros setores populares, reforçamento do patriarcado e do machismo.
Seria umha irresponsabilidade por parte dos comunistas galegos transmitirmos à nossa Classe, ao nosso Povo e a nossa Pátria plena confiança no futuro imediato.
Mas também seria agir de forma enganosa considerar que as cousas por elas próprias se vam poder “arranjar” com base no sacrifício coletivo, a austeridade e a apertar “todo o mundo” o cinto como a burguesia apregoa.
Estas som as falácias que difunde a casta política cleptocrática que nos governa por meio dos seus meios de desinformaçom de massas para injetar anestesia no conjunto do povo e evitar o desenvolvimento dos imprescindíveis combates nacionais, obreiros e populares.
Em 2011, ensaiárom com relativo sucesso umha via de escape por meio do denominado movimento indignado que permitiu à oligarquia ganhar tempo e reforçar a confiança de bem intencionados setores populares na possibilidade de reformar o sistema. Hoje, essa falsa alternativa que tanto entusiasmou a pequena burguesia simplesmente dilui-se.
Porém, a bateria de medidas ultraliberais para desregularizar ainda mais o mercado laboral e destruir conquistas e direitos sociais, que vam aplicar de forma gradual nas vindouras semanas e meses, provocará inevitavelmente um incremento dos protestos e as luitas.
Dependerá da capacidade de incidência da esquerda revolucionária, da auto-organizaçom obreira e popular, dos espaços unitários que atingirmos, dos avanços na batalha ideológica, do incremento da consciência, para que estes nom sejam cooptados polo sistema ou simplesmente esterilizados pola esquerda reformista e o sindicalismo pactista.
Só a luita organizada e de massas permitirá podermos sentar as bases para construir um futuro fora do que nos tenhem preparado e desenhado.
2012 tem que ser um ano de luita e combate, de desenvolvimento organizativo e incremento da consciência popular. Um ano de resistência e confronto. Um ano de aumento da entrega militante, de avanços tangíveis na construçom do partido comunista de vanguarda, de desenvolveimento da Unidade Popular, de expansom do MLNG.
Querem calar-nos e eliminar-nos
Espanha e o Capital levam muito tempo preparando-se para este cenário de crise sistémica. O aumento da repressom e da manipulaçom mediática som consubstanciais a este negro panorama que nos querem impor os donos dos meios de produçom.
Dependerá da nossa capacidade coletiva para nom nos deixarmos enganar, para acreditarmos na imensa capacidade da nossa classe unida e mobilizada, que consigamos avançar ou, ao contrário, retroceder ainda mais na via do marasmo e a desmoralizaçom.
A repressom vai ser o pam nosso de cada dia; a intoxicaçom e as mentiras atingirám dimensons inimagináveis. Dependerá do desenvolvimento e da eficácia das ferramentas de contra-hegemonia popular para podermos contrarrestar o dano que nos podam impingir neste ámbito fulcral da luita de classes e do processo de libertaçom nacional e social de género.
Podemos evitar deixar-nos vencer
2012 nom vai ser um ano de felicidades e alegrias para as imensas maiorias sociais da Galiza e do resto do mundo. Sabemo-lo. Somos perfeitamente conscientes do que nos vai cair por cima. Mas nom devemos amargar-nos nem resignar-nos, nem dar nengumha batalha por perdida. E sim confiar em que podemos ‑nom só conseguirmos complicar-lhe as cousas ao capitalismo espanhol e internacional, mas evitar que fagam o que pretendem. Temos que converter o ano 2012 num pesadelo para a burguesia.
Primeira Linha tem a firme determinaçom em implicar-se em todas aquelas luitas e iniciativas populares tendentes a parar os pés aos Amáncios Ortegas, Manuel Joves, Emílios Botins, Rajois, Rubalcabas, Bourbons e demais inimigos da classe obrfeira, da Galiza e das mulheres.
Um regime em crise
A crise política do Regime, salpicado pola corrupçom generalizada que atinge a própria Casa Real espanhola, tem que ser aproveitada para aumentar ainda mais a sua deslegitimaçom. A partitocracia dirigida basicamente polo PP-PSOE é corresponsável da crise política que nos afoga e condena ao abismo. Despreender-nos dela é vital para conquistar a verdadeira liberdade e a emancipaçom.
Espanha pretende aumentar processo de espanholizaçom da Galiza
A plena destruiçom e assimilaçom de Galiza na Espanha bourbónica é outro dos grandes objetivos que perseguem a casta política e o grande Capital para quem esta trabalha.
2012 deve ser um ano de resistência à destruiçom planificada da nossa língua e cultura nacional, de ofensiva na galeguizaçom de cada vez mais e maiores espaços sociais, de superaçom de complexos e recuperaçom da autoestima como galegos e galegas.
Galiza deve subsistir à dupla ofensiva uniformizadora que padece. Dependerá da nossa capacidade coletiva de evitarmos a catástrofe a que Espanha e o capital querem conduzir-nos. A alarmante perda paulatina de populaçom e o preocupante envelhecimento que carateriza as tendências demográficas em curso na nossa pátria exigem novas estratégias e sobretodo espaços na agenda política e social da esquerda independentista e socialista galega.
Só a conquista plena soberania e independência, mediante a implantaçom de um Estado galego de caráter obreiro, poderá evitar que se cumpram os planos que tenhem traçado em Madrid.
As mulheres devem jogar um rol dirigente na luita
Umha das conseqüências mais claras do processo de crise política e económica do capitalismo na nossa área geográfica é o endurecimento do Patriarcado. Sob a justificaçom da crise tem-se agudizado as já anteriormente piores condiçons sociolaborais das trabalhadoras galegas.
Ligar as luitas sindicais e sociais no nosso específico quadro nacional é tam determinante como destacar a específica opressom que padece mais de metade da força de trabalho nesta sociedade. Sem as mulheres, nom é possível a Revoluçom.
Com @s combatentes galeg@s
Nom queremos despedir este 2011 sem saudar a Galiza rebelde e combativa, toda a juventude, as mulheres e homens da classe obreira que luitárom nas suas respetivas trincheiras de combate contra as agressons em curso, e especialmente os e as presas políticas galegas, com especial carinho a Miguel Nicolás e Telmo Varela, encarcerados em Zuera (Saragoça) e em Topas (Salamanca).
A todas elas, e a familiares e amizades, enviamos um saúdo comunista, patriótico e feminista.
Saudaçom que fazemos extensível ao conjunto do movimento popular galego e a todas aqueles coletivos e organizaçons que luitam sem trégua e nom se resignam a ser meras expetadoras de atos alheios.
A luita é o único caminho e a insurreiçom a estratégia
Nom cansaremos de transmitir, embora semelhe repetitivo, que só existe umha via para poder atingir com sucesso o luminoso horizonte da liberdade e a emancipaçom. Esta é a luita popular e obreira organizada. Mas sem estratégia definida está condenada ao fracasso ou a ser devorada pola lógica do Capital.
Galiza e a sua classe obreira só poderám triunfar frente à dominaçom e à exploraçom a que nos vemos submetidas por Espanha e o Capital implementando umha estratégia insurrecional.
2012 deve assistir a avanços invisíveis, mas tangíveis, para mais cedo que tarde atingir essa alvorada sonhada. A Revoluçom Galega pola qual dérom a sua vida Benigno Álvares, Gomes Gaioso, o Piloto, Moncho Reboiras, Abelardo Colaço, Lola Castro e José Vilar.
Antes mort@s que escrav@s!
Até a vitória sempre!
Viva Galiza livre, socialista e feminista!
Viva a Revoluçom Galega!
Comité Central de Primeira Linha
Galiza, 1 de janeiro de 2012