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Peter Hammarstedt, o agente secreto da Sea Shepherd e primeiro oficial do navio Bob Barker da Sea Shepherd, viveu clandestinamente entre os ferozes moradores locais há mais de uma semana, quando ouviu pelo rádio informações sobre o massacre em Klaksvik. Deslocando-se de carro, dirigiu-se para o local do crime, onde, sem condições algumas de impedir o massacre, documentou o sanguinolento processo.«Baleias-piloto são conhecidas por andar em gruposs de 200 – 300 membros. Duzentas e trinta e seis baleias-piloto foram massacradas na noite passada em Klaksvik: adultas, prenhas, amamentantes, juvenis e fetos, ainda ligados pelo cordão umbilical às mães. Um grupo inteiro que antes nadava livremente, nas águas do Atlântico Norte, foi exterminado num banho de sangue colectivo», comentou Hammarstedt.
O governo das Ilhas Feroes alega que a morte destas baleias foi rápida e indolor, mas as imagens recolhidas durante provam o contrário. «Uma das baleias levou cinco ou seis golpes brutaiscom faca, na cabeça», relata Hammarstedt. . «A sua morte foi lenta e extremamente dolorosa. Os moradores locais usaram-na simplesmente como treino. Algumas baleias foram atacadas repetitivamente até aproximadamente quatro minutos antes de morrerem.» O massacre, no seu conjunto, revelou-se indiscriminado e cruel. «Bébés foram arrancados de dentro dos corpos cortados das mães e deixados a apodrecer no chão», revelou Hammarstedt, que fotografou vários filhotes e fetos mortos. «Baleias ‑piloto são grupos extremamente maternais. Não consigo imaginar o medo e pânico destas mães enquanto os seus filhotes eram arrancados de perto delas.» O massacre das baleias- piloto nas Faroes é semelhante ao praticado no massacre de golfinhos em Taiji, Japão, como revela o documentário The Cove. A diferença principal é que existem , pelo menos, 18 enseadas nas Ilhas Faroes, local do recente massacre, tornando extremamente difícil conseguir saber onde o massacre ocorrerá de modo a tentar impedi-lo. As baleias- piloto são classificadas como «estritamente protegidas», através da Convenção Europeia de Conservação da Vida Selvagem. Permitindo este massacre nas Ilhas Faroes, a Dinamarca falha nas suas obrigações como signatária desta convenção. Para conseguir acesso ao local do massacre, Hammarstedt disfarçou-se como estudante de cinema.suíço. Mesmo tomando algumas precauções, de modo a esconder a sua identidade, foi reconhecido por vários dos caçadores, através do programa de televisão Whale Wars – Defensores de Baleias, do Animal Planet. Aparentemente, mesmo nas Ilhas Faroes, as intervenções da Sea Shepherd ‑em defesa das baleias na Antártida-já foram ouvidas. Quando os matadores das baleias começaram a seguir a pé Hammarstedt, este rapidamente voltou para o carro e saiu do local, enviando pela internet as imagens , de modo a garantir a sua divulgação. Após a descoberta da sua identidade começou a receber ameaças logo de seguida, e foi instruído pelo comando da Sea Shepherd para deixar o país imediatamente. Apesar de revistado e interrogado pela polícia no aeroporto, Hammarstedt confirmou já que saiu das Ilhas Faroes. A Sea Shepherd Conservation Society, desde 1965 , tem-se oposto activamente aos massacres nas Ilhas Faroes, continuando hoje classificado como um dos maiores defensores da causa das baleias. Diarioliberdade. |